sexta-feira, setembro 15, 2006

Silent Scream


Richard Marx

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Twenty-four and he belives for sure he's got it made,
fame is here for good and looks will never fade.
He doesn't know - the game is never over til the cards have all been played.
Eighty-three and still he feels his best is yet to come.
He belives that youth is wasted on the young,
he's alone - the only dream he ever had was being with someone.

Love you when you're standing tall, but nobody knows you when you're falling.
All you have to do is call, but nobody ever hears the silent scream.

Christmas came and went again but still nobody came.
Starring at a wedding photo with a frame
she's alone - we should hope the lost of memory helps to ease the pain.

Love you when you're standing tall, but nobody knows you when you're falling,
all you have to do is call, but nobody ever hears the silent scream.

Memories - moments you recall,
we should be remembered for the greatest of them all.
You can't begin to live someone elses' life - or your own will pass you by.
Oh - who's to know,
Maybe we can learn a thing or two from every one...
Love you when you're standing tall, but nobody knows you when you're falling.
All you have to do is call, but nobody ever hears the silent scream ...........


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terça-feira, setembro 12, 2006

11 de Setembro de 2001 - 5 anos depois...

Há exactamente cinco anos, passavam pouco mais de 40 minutos das 13 horas e como sempre, antes de ir almoçar, passei os olhos pelas televisões. Tento antever algum tema que possa ter força suficiente para mudar a agenda da tarde.


A CNN mostra uma torre em chamas. Uma daquelas torres que vemos tantas vezes nos filmes norte-americanos. Um daqueles prédios que, de tantas vezes nos entrarem em casa, são também um dos prédios do nosso bairro. Um dos nossos. De repente um avião perfura uma segunda torre. E os minutos que se seguem parecem segundos. Tudo acontece demasiado depressa. Com uma brutalidade superior à força do comum dos mortais. As torres morrem. Não de pé, como as árvores. Mas amontoadas por cima de mais de seis mil inocentes. E a partir daquele momento a minha forma de olhar para o mundo mudou definitivamente. Aquelas duas torres, quando caíram, deitaram abaixo algumas das minhas verdades feitas sobre este mundo. Sobre o que pensava dos anos que tinha, potencialmente, pela frente-Recordo: perto de seis mil pessoas perderam a vida. Muitas mais morreram um pouco por dentro. Para sempre.

Por estes dias dei de caras com alguém que perdeu uma das torres de sustentação da sua vida. Décadas a correr, sem parar. Trabalho, ordenado, carreira e promoções. Filhos e mulher pelo meio. E mais filhos e mais carreira. Uma velocidade estonteante. Até esse dia. Essas 24 horas que separam o momento em que a mulher sofreu um acidente de viação e o momento em que foi declarada a sua morte clínica. Como parece desumano esse acto burocrático de declarar que alguém partiu, espera-se que para junto de Deus! E de repente o tempo, medido matematicamente pelos relógios, alterou-se. Como se alteraram as prioridades. Uma das grandes torres da vida desse amigo meu ruiu. E com ela morreu também grande parte de si mesmo. Está ainda a limpar o amontoado de pedras e ferros. Quer acreditar que naquele lugar vai um dia nascer qualquer coisa. Que não é a mesma. Nem a substitui. Mas recorda-a eternamente.


Fiquei seco de palavras depois de o ouvir. A voz ficou embargada. Por muito que pensasse em algo que o pudesse reconfortar só consegui dizer-lhe que a vida é assim mesmo. Que estes momentos, muitas vezes superiores às nossas forças, só podem ser vistos como uma ponte para sermos mais fortes. Ocorreu-me dizer-lhe que a vida é feita de uma renovação constante. E absolutamente manietado de prosa, revelei que um destes dias conheci uma pessoa muito especial. Que me devolveu uma imensa vontade de viver e acreditar no melhor que este mundo nos pode dar. Ganhei um novo amigo, contei-lhe. Tenho uma nova "torre" de sustentação. Às vezes é preciso acreditar que no mesmo local onde caem as torres pode nascer um dia outra base de sustentação.

( Rui Pedro Baptista, in jornal "Metro", 11 de Setembro de 2006)